Melancolia é um livro onde a prosa e a poesia se misturam de maneira tão íntima que é impossível separá-las.
Um narrador em primeira pessoa revisita a dolorosa infância, marcada pela ausência de amor. O trabalho duro na roça deixa cicatrizes no corpo e no espírito enquanto o menino sonha com um futuro diferente.
De forma lírica, o livro fala de sentimentos dilacerantes com delicadeza e sensibilidade que conferem mais peso ao que é dito. Cada palavra foi escolhida em sua sonoridade e dimensão. Isso fica patente na construção dos parágrafos que muitas vezes poderiam formar poesias independentes do conjunto da obra. Mesmo forte o suficiente para desgarrarem-se da história, é a união desses parágrafos que rouba o fôlego do leitor.
A história acompanha a vida de um garoto sem nome. O vazio deixado pela falta de perspectiva e a indiferença da família com seus sonhos.
Uma narrativa que pode ser considerada um ensaio sobre a dor e a capacidade de amar.
