Dublinense

achando que eu era diferente. E ali, sacudida pelos soluços, me vi encurralada, me dando conta, tarde demais, excessivamente tarde, que eu também tinha amado, que eu era capaz de sofrer e que, em suma, eu era humana

Foi aí que me dei conta que eu não pensava nunca no passado, eu vivia num presente perpétuo e estava gradualmente esquecendo a minha história

Eles poderiam ter matado você, mas eles não matam, ou ter tirado você daqui, mandado para um outro lugar, se tiver outras prisões parecidas com esta, mas aí a sua chegada lá teria sido uma informação, e a única coisa que temos certeza é que eles querem que a gente não saiba de nada. Nós chegamos à conclusão de que eles deixaram você aqui porque qualquer decisão pode ser interpretada, e que a falta de decisão deles indica a única coisa que eles querem que a gente saiba, que é que nós não devemos saber nada

Mas então eles estariam reconhecendo que eu existo. Se você faz algo que já é proibido, a ação é que é visada. Se você faz algo que não foi proibido e alguém intervém, não é a atividade que chama a atenção, é você mesma

você faz algo que não foi proibido e alguém intervém, não é a atividade que chama a atenção, é você mesma

Eu não me contava mais histórias: ao

observar o vigia, eu estava criando uma

por não terem nada nas suas vidas, elas pegavam o pouco que aparecia e usavam ao máximo

Na verdade, tínhamos apenas mudado de prisão

Na verdade, tínhamos apenas mudado de prisão.