Em «Passagem do Apa e Ocupação de Machorra», Visconde de Taunay apresenta uma crônica histórica que se passa durante a Guerra do Paraguai. O texto acompanha a formação e deslocamento de um corpo militar encarregado de avançar sobre o Alto Paraguai. A narrativa detalha as longas distâncias percorridas, os desafios do terreno, as dificuldades impostas pelo ambiente natural e os efeitos físicos e psicológicos sobre a tropa.
Com um olhar atento e preciso, Taunay retrata a vastidão da fronteira e a dureza do deslocamento militar, mostrando como o clima, a geografia e a instabilidade moral influenciam diretamente na dinâmica da guerra. O autor vai além da descrição tática, revelando o impacto humano e social de uma campanha marcada pelo desgaste físico, pela exaustão e pela necessidade de adaptação contínua.
A crônica combina rigor documental e sensibilidade literária, oferecendo ao leitor uma perspectiva vívida e crítica dos bastidores de um dos conflitos mais marcantes da história do Brasil. Em meio a marchas forçadas e incertezas, emerge uma reflexão sobre a resistência, a disciplina e os limites do corpo e da mente em tempos de guerra.