Lançado em 1885 como sequência de As aventuras de Tom Sawyer (1876), a história de Huck Finn, no entanto, ganhou autonomia: é unanimemente considerada a obra-prima de Mark Twain e mudou para sempre o imaginário dos Estados Unidos.
Para se livrar do pai bêbado e violento, Huckleberry Finn se refugia em uma pequena ilha do rio Mississippi, onde se alia com Jim, um escravo fugido. Em busca de liberdade, a inusitada dupla se lança numa viagem pelo leito do rio, às margens da sociedade pré-Guerra Civil.
Marco fundador da narrativa estado-unidense, o romance registrou a fala comum da gente simples e inaugurou a tradição — central das artes americanas — do anti-herói jovem e espirituoso que, graças à condição de desajustado, goza de uma visão privilegiada do mundo. Muitas vezes alvo de polêmicas, Huck Finn não cessa de suscitar reflexões sobre o absurdo da humanidade.