A população da colônia portuguesa na América está bem equilibrada entre as duas províncias do atual Nordeste (28% da população) e as duas províncias do Sudeste (27%). A forma natural para o país independente em 1822 seria a república, e não a monarquia. Se a independência tivesse sido por outro que não o português D. Pedro, filho de rei português, possivelmente o país não teria também se dividido como aconteceu com mundo hispano-americano, entre outras razões, porque já era independente desde 1815 sendo parte do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve nome que Portugal usou até 1825, quando reconheceu formalmente a independência brasileira. D. Pedro II era racista, como eram quase todos os europeus e norte-americanos do século XIX e amigo íntimo de Gobineau, principal teórico da supremacia racista da Europa branca. D. Pedro pouco fez pelo País em seus 49 anos de reinado, nada semelhante ao que fez o imperador Meiji, em seus 45 anos no Japão que transformou um país pobre e atrasado em uma das maiores potências do mundo. Segundo os dados revistos minuciosamente pelo autor, no final do Império o Brasil é 88% negro e não 60%, e 3% alfabetizado e não 22%, como o censo de 1872 mostra. Educacionalmente o Império é um desastre e nos lega um país com 97% de analfabetos e um nível científico e tecnológico assustadoramente baixo. Em plena Revolução Industrial, a colônia e o Império são de um atraso estarrecedor, leva 75 anos para criar a primeira fábrica industrial de tecidos de algodão e 35 anos para introduzir a máquina a vapor comparativamente à Inglaterra que as criaram.